Quando você ouve falar de arquitetura de software, qual é a primeira coisa que vem à cabeça?
Se você pensou em diagramas cheios de caixas, setas e camadas, você não está sozinho. Mas a arquitetura de software vai muito além disso.
Ela não é só sobre como organizar componentes em um sistema.
É um conjunto de decisões estratégicas que determinam como um sistema deve ser estruturado e como deve evoluir ao longo do tempo para atender às suas necessidades.
O que define a arquitetura de software?
Podemos dizer que a arquitetura de software responde perguntas como:
- Quais tecnologias e frameworks serão usados? Exemplo: Java, Spring Boot, Quarkus, Node.js.
- Quais estilos arquiteturais serão adotados? Exemplo: Arquitetura Monolítica, Microsserviços, Event-Driven.
- Quais padrões arquiteturais serão seguidos? Exemplo: Layered Architecture, Arquitetura Hexagonal, Clean Architecture, CQRS.
- Quais requisitos não funcionais são críticos? Exemplo: Baixa latência, segurança, escalabilidade, tolerância a falhas.
- Como os dados serão modelados e organizados dentro do sistema?
Então note que a arquitetura de software não se preocupa apenas com código.
Ela define como os componentes do software devem ser organizados para garantir as qualidades que são importantes.
E isso tudo precisa ser decidido levando em conta dois tipos principais de requisitos:
- Requisitos Funcionais: Definem o que o sistema deve fazer. São as funcionalidades e comportamentos esperados.
- Requisitos Não Funcionais: Definem como o sistema deve se comportar, no sentido das qualidades e restrições do sistema, abrangendo características como desempenho, segurança, escalabilidade e etc.
Por exemplo: “O sistema deve suportar 10.000 usuários simultâneos com tempo de resposta abaixo de 1 segundo.”
Ou seja, a arquitetura de software é o que conecta tecnologia e estratégia, garantindo que um sistema seja bem projetado para crescer e evoluir.
Mas a verdade é que não existe uma única definição universal para arquitetura de software.
Diferente de conceitos fixos na computação, como “o que é um algoritmo” ou “o que é um banco de dados”, a arquitetura de software está sempre evoluindo.
Vários autores explicam a arquitetura de formas diferentes e evitam uma definição rígida:
“Arquitetura é sobre as decisões importantes. Seja lá quais forem.”
— Ralph Johnson
Antigamente, a ideia era que a arquitetura tratava apenas de decisões difíceis de mudar.
“São as decisões que você gostaria de acertar no início de um projeto.”
— Martin Fowler
Mas, com arquiteturas modernas, como microsserviços e arquiteturas modulares, essa visão foi desafiada. Hoje, a flexibilidade é um fator essencial.
Arquitetura de software envolve trade-offs
Em arquitetura de software, não existe uma resposta única ou perfeita. Toda escolha envolve um trade-off (vantagens e desvantagens).
Ao escolher um banco de dados NoSQL para escalar melhor, você pode perder a integridade relacional.
Se priorizar desempenho, talvez sacrifique um pouco da flexibilidade.
Ou seja: não existe solução perfeita, só boas decisões baseadas no contexto.
“Tudo na arquitetura de software é um trade-off.”
— Neal Ford
E quando alguém acha que encontrou uma solução sem trade-offs, provavelmente isso significa apenas que o impacto real da decisão ainda não foi descoberto.
O papel do arquiteto de software
Se você trabalha com desenvolvimento de software, já tomou decisões arquiteturais.
Mas o arquiteto de software é o profissional que formaliza essas decisões e define as direções estratégicas do sistema.
As principais responsabilidades e competências de um arquiteto de software incluem:
- Tomar decisões arquiteturais
- Analisar continuamente a arquitetura
- Acompanhar tendências e inovações
- Garantir a conformidade com decisões arquiteturais
- Ter experiência diversificada
- Compreender o domínio do negócio
- Possuir habilidades interpessoais e de liderança
- Saber lidar com desafios organizacionais e negociações
Ser arquiteto não significa apenas ser especialista técnico. Um arquiteto precisa ter uma visão ampla e multidisciplinar.
“Para um arquiteto, é mais importante saber que existem cinco soluções diferentes para um problema do que ter expertise profunda em apenas uma.”
— Mark Richards
Conclusão
A arquitetura de software é muito mais do que diagramas bonitos.
Ela não se trata apenas de código, mas de pensar no longo prazo, evitar problemas futuros e garantir que o sistema seja sustentável e evolutivo.
Ela é um conjunto de decisões estratégicas que guiam a estrutura, os padrões e as boas práticas de um sistema.
A chave para ser um bom arquiteto de software (ou para tomar boas decisões arquiteturais) não está em encontrar a solução perfeita, mas sim em entender os trade-offs envolvidos em cada escolha.
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